Ao longo de uma carreira de 32 anos em uma empresa do segmento bancário, atuei como gerente por quase duas décadas. Naquela função, eu carregava e sentia o peso da responsabilidade de honrar e bater as metas estabelecidas.
Por força do cargo eu era o gerente, e em outros momentos, o chefe, aquele que mandava. Sim, a palavra é essa: “mandava”. Naquela época, era isso que eu entendia que um chefe fazia: Mandava e os outros obedeciam.
Eu não me dava conta de que meu verdadeiro papel não era dar ordens, mas sim agir como líder. E essa é a primeira e mais importante lição:
Lição 1: Líder e gerente são duas atividades de uma mesma pessoa.
Como gerente, meu entendimento era: o gerente é pago para administrar e cobrar resultados. E lá estava eu fazendo o que era esperado de mim.
Mas e como chefe? Qual era de fato o meu papel?
Muito além de dar ordens, enquanto o gerente cobra os resultados de olho no processo como um todo, o líder deve estimular, inspirar e trazer para perto de si as pessoas, sempre de olho no valor e nas condições de trabalho de cada uma delas. Com esse pensamento, mudei minha maneira de agir. Ao invés de chefe, passei a ser líder.
Fiquei extremamente motivado e me senti estimulado a aprender novas competências, tendo em conta o ambiente, a estrutura existente e os objetivos propostos. O que nos leva à segunda lição.
Lição 2: Quando você ama o que faz, não vê o tempo passar!
Quanto mais desafiadoras eram as metas, mais eu me sentia estimulado! Eu amava aquela tarefa que escolhi realizar quando me candidatei ao cargo de gerente.
Tudo sempre foi um mar de rosas? Claro que não. Como tudo na vida, em algum momento, houve necessidade de ajustes. Isso faz parte do aperfeiçoamento do processo e do crescimento pessoal dos envolvidos.
A questão é que quando você ama o que faz, está sempre disposto ao aprendizado, à mudança e à superação dos obstáculos que encontra. Sem esse amor, sinto muito informar, as coisas serão bem mais difíceis e frustrantes.
Lição 3: Pare de perder tempo se lamentando.
Aprendi naquela experiência uma lição extraordinária, que vale para a vida: apenas reclamar diante da adversidade, do imprevisto, não traz quaisquer benefícios. É preciso direcionar toda a energia disponível para o FOCO na solução, e entrar em AÇÃO rapidamente.
E voltando à lição anterior, se você não ama o que está fazendo, não perca tempo se lamentando. Mude as coisas. Descubra o que quer fazer e vá em busca disso.
Lição 4: Quanto mais o líder se importa com as pessoas de sua equipe, mais elas retribuem.
Demonstrar que nos importamos com cada integrante da equipe gera uma reciprocidade extraordinária, que se traduz em melhores resultados. Todos ganham quando isso acontece.
Aprendi que somos responsáveis pela qualidade da energia (o clima) reinante em nosso ambiente de trabalho. Tudo está conectado. É a lei do retorno. Assim, a forma de conduzir a sua equipe pode contagiar ou pode contaminar. Como a vida é feita de escolhas, o que você prefere?
Lição 5: A vida vale a pena quando fazemos o nosso melhor e entendemos a nossa missão.
Para mim o papel do chefe era dar ordens, exercer autoridade sobre os subordinados. O tempo e as consequências desse pensamento me mostraram que ele é equivocado. Engessa não só a equipe, mas também a pessoa que exerce esse papel. Isso mata a criatividade, a motivação e o amor pela atividade.
Sua missão de construir algo não se concretizará enquanto estiver se concentrando em exercer poder sobre os outros. Realizar coisas grandes requer generosidade, empatia e humildade ante às pessoas que estão ao seu lado (e não abaixo de você), estando disposto inclusive a errar e aprender com elas.
Agora, é com você!